Eu poderia falar sobre Um sonho de liberdade, no qual o tema já está no nome, ou sobre Forrest Gump (a cena da peninha voando no fim, embalada por aquela música linda, ainda me emociona). Poderia citar até mesmo As Crônicas de Nárnia, um filme supostamente infantil, com um maravilhoso “ar literário”... Poderia falar de tantas obras cinematográficas... Tantas cenas que me emocionaram, revoltaram ou simplesmente me fizeram esquecer da vida!... Mas, o que considero mais importante que as características de cada filme, é a capacidade que o cinema possui, de modo geral, de nos deixar livres! Podemos em um piscar de olhos ir ao outro lado do mundo (ou visitar lugares imaginários), ou simplesmente ver a representação de nossos problemas cotidianos.
Por isso, é difícil falar de predileção depois de ter sapateado com Billy Elliot, ter atravessado a Europa para realizar O resgate do soldado Ryan e ter visitado o oriente guiada pelas Memórias de uma gueixa... Ao acompanhar as agruras de três órfãos que viviam Desventuras em série, voltei a ser criança... sem contar que só aprendi como A vida é bela, com as situações vividas por um pai que provou ser possível mostrar a seu filho a face mais formosa de uma tragédia.
Pensar que varias situações apresentadas no filme fazem parte das recordações de infância do diretor Roman Polanski acentua o fascínio que sinto pela história. O pianista faz não somente com que vivenciemos os horrores da Segunda Guerra, como também nos desperta valores humanos que geralmente fazemos questão de ignorar.
Eis o fascinante poder do cinema: proporcionar desde a diversão imediata ate a mais profunda reflexão.